quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Escrever na areia é coisa de quem armazena o pensamento em grãos, ela sabia. Em imprecisas horas, a saliva de Deus faz espuma. Ela, solfeja. Na beira, um pensamento desvairado é quase mar. Deus livra. Folheia dois tempos. Rasga dois passos. E ela orvalha. Pela manhã, Deus come areia e alucina. Ela sorri. Puxa o livro, mergulha e lê: escreves.
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Cecília Braga

segunda-feira, 13 de julho de 2009

do crescer

Costura a alma rasgada com a linha do tempo. Cobre-se do mais puro algodão. Vermelho. A benção na saída. Mais uma vez solta o coração nos dias, que agora já é dona de si. Numa proporção maior. Mede as palavras com sabedoria de quem já secou um mar nos lençóis. E a paciência virou mãe de tão presente e amiga. Toma aulas de som com Bem- te- vi e aprende, cuidadosamente, a tecer com criaturas fazedoras de seda.
Cultiva um jardim de possibilidades dentro dos dias, ainda criança no cultivo. Mas com fome de gigante na colheita do trabalho.
Suspende a tristeza num suspiro. Fecha os olhos ao entregar nos ouvidos do Senhor uma estrela que lhe foi dada ainda no ventre. Possui mais de 3 décadas na barra da saia. Os cabelos dançando no vento e no peito uma pomba em espírito e verdade. Aprende todo dia que o que há de vir com fé tem muita força




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quarta-feira, 8 de abril de 2009

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De volta-em-volta.
Sempre passando pelo mesmo lugar...

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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

a voz de dentro

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sem soltar,
descansamos
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sábado, 27 de dezembro de 2008

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Rasga as bordas da saia, e anda. A vida , por vezes, dança, tão nua, entre filós. E muda. Dos passos: caminha de costas pro tempo, escasso. Ramo de trigo entre os seios pra lembrar do que farta. Faz promessas em dia de lua, cheia. Faz colar de lentilhas. Borda de azul a saia branca, esse desejo de ter oceano nas ancas. Flores do campo nas mãos, passos firmes e lentos. Trovões rasgam o véu do tempo. Presentes passado e futuro. Relógio de sol. Im-pulsos. Risca em vermelhos e laranjas a parede branca descascada. Põe fogo-artifício sobre lençóis. Depois improvisa com bambus uma cruz. Acentua sobre as cinzas, as flores. Traça o sinal-da-cruz na fronte. Quarta-feira, cinzas. E lembra que sempre é possível re-começar. Nas mãos: nada, desejos: alguns de alma, e ela escreve areia ao redor das ruínas. Ergue um templo de palavras, sacras. Faz preces. Tece apreços. Lembra sem pudor até inflamar os olhos. Vibra a alma em sol sustenido com sétima. Não traça caminhos, só ascende às estrelas. E espera. O ano rebenta o tempo para deixar sua marca. E ela demarca em seus braços um tempo que não há de passar. Jamais.



Cecília Braga

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Meus amores.

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... e a tensãoansiedadevontade por aqui é grande.
Queria vocês por perto.

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quinta-feira, 24 de julho de 2008

Do que não é teu.

Aí, me veio a lembrança daquela rua que terminava numa escadaria por onde não passo mais. Tive a impressão de caminhar lá contigo. Só que nesse tempo, nem sonhava com a tua existência. Primeiro, achei engraçado. Depois, triste. Não é direito roubar lembranças que não são tuas. Não é. O presente já é tão grande e tão teu. O antes não. O antes não compartilho.